DISCURSO DE 20 DE SETEMBRO DE 2011

Gostaria de iniciar a minha fala, dizendo, vereador João, que, com certeza, o Deputado Reginaldo Lopes honra seus compromissos assumidos, haja vista a quantidade de projetos que ele tem trazido para São João del-Rei, para as áreas da Saúde e da Educação. Não precisa ser cobrado.

Com relação aos conselhos, Sr. Presidente, eu gostaria de dizer ao Sr. que o que falta, realmente, em nossa cidade, é o funcionamento dos conselhos, tem que se jogar peso nos conselhos, tem que arrumar uma casa para os conselhos funcionarem. Assim que os conselhos funcionarem, muitos trabalhos serão aliviados. O Conselho da Mulher estava desativado, eu chamei a Conferência e tiramos uma comissão pró-conselho para reativá-lo. Fico triste, porque quando é de interesse para cumprir alguma agenda legal, rapidamente, montam-se os conselhos de qualquer jeito. Não pode se assim.

Quanto à fala das pessoas que dizem que é o vereador que vota. É sim, nós votamos, mas temos que escutar a população, para isso é que fomos eleitos. Na hora que o político precisa de voto, sobe o morro, procura movimento comunitário, associação; aí o povo tem voz! É uma pena que a vereadora Sílvia tenha saído, pois gostaria de dizer-lhe que parabenizo, sim, a TV Campos de Minas e a Rádio São João por ter feito o trabalho de ouvir a população em relação ao aumento do número de vereadores. Eles não escolheram quem entrevistar, entrevistaram o povo, nas ruas. Achei muito bom este trabalho e quero dar os parabéns também a ASMAT, a Associação de Moradores do Matosinhos, que fez uma inserção na TV. O povo tem ocupar a Câmara, pena que não esteja sempre ocupada. Mas o povo está atento, vereador Rodrigo, falaram que o povo não está todo aqui, mas o povo está antenado, lê jornal e sabe o que está sendo votado nessa casa. Então, o povo merece respeito. A minha opinião em relação ao aumento de número de vereadores, é que não é aumentando o número que vai aumentar a representatividade e que tudo vai funcionar. Já tivemos 17 vereadores nesta casa, por que diminuíram? É legal, é constitucional termos 17 vereadores, mas, antes de aumentar o número de vereadores, gostaria que os partidos políticos, inclusive o meu, preparassem as pessoas que estão se filiando. Muitas vezes, filiam-se, de última hora, para saírem candidatos a vereador. Está todo mundo vendendo a alma ao diabo para colocar pessoas para saírem candidatas a vereador. Não é assim não. As pessoas deveriam ter formação política, deveriam ter a ideologia do partido. E, graças a Deus, o meu partido é democrático, vereador Gilberto, ele me deu liberdade para votar sim ou não, e eu acho por bem não aumentar o número de vereadores, porque, mesmo que entrem 15, 17 ou 13, o meu voto é para continuar 10 vereadores. Deixo de público para os senhores. Assim que surgiu essa possibilidade, de cara declarei meu voto, pois a própria população não está preparada, não sabe o papel do vereador, haja vista os pedidos que são feitos ao vereador. Tenho meu gabinete parlamentar aberto e escuto demais a população. Vereador é para legislar. Gostaria que a TV Campos de Minas continuasse com este trabalho, mostrando o real papel do vereador e da Câmara Municipal. Vereador não tem que ficar alinhado com o Sr. Prefeito. Não tenho nada particularmente contra o Sr. Prefeito, mas, tenho, sim, contra as coisas erradas que faz, contra os projetos malfeitos que são mandados para esta casa. E, quando voto contra, não é porque sou oposição. É para isso que fui eleita e sou candidata novamente e quero ter muito voto, não quero me candidatar para ter 300. 400 ou 500 votos; é para isso que querem abaixar o coeficiente, para todo mundo entrar. Isso não é representatividade. A representatividade se faz é através dos conselhos, é ouvindo a população, é através das audiências públicas, é através das comissões, Sr. Presidente. Já tive oportunidade de falar com o Sr, várias vezes, inclusive, tivemos um atrito aqui na Câmara, porque as comissões não funcionam. É mentira dizer que funcionam. Funcionam de maneira precária, é de última hora que se assina parecer nesta casa. Esse foi o motivo do nosso desentendimento, o Sr. sabe disso e tem concordado comigo nesse sentido. Nosso país está precisando de mudanças radicais, no sistema eleitoral, no sistema previdenciário, etc; o povo já está cansado de corrupção. Nós não enganamos o povo o tempo todo. Temos que mudar nossa postura de vereador. Não é dando cestinha básica, nem distribuindo bilhetinhos de material de construção que se faz política; para isso tem a Secretaria de Assistência Social e a Secretaria de Obras. Não é para vereador ficar fazendo politicagem com a miséria humana. Quando falo em qualidade da Câmara, é qualidade no diálogo, nas ideias; não estou falando de classe social ou econômica, nem de estudo. Estou falando de dignidade, de honestidade. Se quiserem aumentar o número de vereadores, faço uma proposta para vocês, caros colegas: abaixa o nosso salário para o salário mínimo e aumenta o número de vereadores. Quero ver se alguém vai querer fazer isso. Isso é balela, é mentira. Tira tudo, tira tudo, quero ver quem vai se candidatar!

Para terminar, senhores vereadores, não sou contra nenhum de vocês, de maneira nenhuma. Não sou contra o Prefeito, sou contra as coisas que são feitas. Tem sido falado pelos corredores, que se eu votar contra o número de vereadores, vocês vão votar contra os meus projetos. Vocês já votaram a favor do veto do Prefeito aos dois projetos mais importantes: Ficha Limpa e Transparência. E, também, o Projeto da Câmara Itinerante que continua engavetado. Sr. Presidente, novamente, peço-lhe de público para colocá-lo na pauta de votação, é um projeto interessante para que possamos conversar com a população, para aumentar a participação popular. Falam que o povo não vem às reuniões, mas o que estamos fazendo para que venha? Primeiro, temos que mudar nossa conduta nesta casa, mostrar a que viemos. Quero dizer aos concidadãos que quero desenvolver o meu trabalho da melhor maneira possível, até porque não preciso de dinheiro de política, graças a Deus e não compactuo com ninguém, nem com o Sr.; Prefeito. E dizer que eu nunca me corrompi e não vou me corromper. A minha proposta de campanha foi a de trazer o povo à Câmara e mostrar-lhe o que é o processo legislativo e o que é a política; a política é bonita, originou-se na Grécia, quando discutiam, na praça, os problemas da cidade. Mas o que se vê atualmente é a politicagem, é todo mundo tirando vantagem do dinheiro alheio.

Obrigada e boa noite!