quarta-feira, 29 de junho de 2011

DISCURSO DA VEREADORA VERA DO DIA 28 DE JUNHO DE 2011.


Sr. presidente, colegas vereadores, imprensa, público presente e ouvintes da Rádio São João.

Ontem, estive na inauguração da Casa Lar e fiquei muito satisfeita. A casa ficou muito bonita, mas é como disse a Sra Juíza, Dra. Maria de Fátima, o ideal seria não ter que inaugurar aquela casa ali, o ideal seria que aquelas crianças estivessem no seio de suas famílias. Eu acrescento que o ideal seria que não tivéssemos que doar dinheiro para casa de recuperação, para nada disso. O ideal seria que a nossa sociedade estivesse civilizada, sem droga, com limpeza, mas são problemas difíceis. Bom, eu resumo esses problemas todos em duas palavras: saúde e educação. Quando o povo tem saúde e educação, muitos desses problemas são minimizados.

Hoje, quero discorrer a respeito da educação no Brasil, diante das greves que estão acontecendo em vários estados, como em Minas Gerais. Eu fui professora por 32 (trinta e dois anos), sempre lidei na educação e é sempre a mesma coisa: tem que fazer greve. E a gente escuta muitos pais perguntando se não tem outra forma de lutar pelos direitos do professor. Eu pergunto: qual forma? Conversar com o governador? Ficar esperando as migalhas? Tem que ser a greve. Tem que radicalizar mesmo. Pena que todos não adiram à greve. Muitos têm medo, por isso que o movimento perde força. Tem pai e mãe que não compreendem essa necessidade, querem seus filhos na escola, pois em casa incomodam. Hoje, tive a oportunidade de falar na Rádio Ecológica que ninguém faz passeata pela educação. Dificilmente alguém dá título de Honra ao Mérito para um professor. Todos são unânimes em dizer que a educação deve ser prioridade no Brasil. Todos os políticos usam essa bandeira na época das eleições. Educação e saúde. Depois esquecem. Até para votar projeto para educação e saúde é difícil Inventam-se projetos de todos os tipos, cursos de aperfeiçoamento, computador na escola. Em época de eleição, chegam verbas para as escolas, projetos bacanas, cursos de aperfeiçoamento. Mas têm escolas caindo aos pedaços, e aí, o que está acontecendo? Por que a educação pública brasileira não tem qualidade? São muitas variáveis que determinam essa situação, porém é muito mais cômodo culpar o professor. É aquela história: de quem é a bola? A família culpa a escola, a escola culpa o governo e por aí vai.

O professor para sobreviver precisa trabalhar 3 (três) turnos, dando, às vezes, até 50 aulas por semana ou mais. Não tem final de semana, nem feriado, pois é um dos poucos trabalhadores que leva serviço para casa. Enquanto isso, um deputado ganha R$26.000,00 e com ajuda de custo para paletó, viagem, carro, gasolina, papel, para tudo. E o professor não tem ajuda nenhuma, nem para comprar livros ou para fazer cursos.

Antigamente, curvava-se ao se passar por um professor, aliás, no Japão se faz isso. Hoje, professor é qualquer um. Às vezes, fica um edital de convocação muito tempo e não acha professor habilitado. E tem que faltar professor mesmo. Muitos alunos desrespeitam o professor, havendo casos de violência, chegando a assassinato, como o caso do professor de BH. Engraçado, aliás, trágico é que a sociedade não se revolta, não faz marcha, nem nada. A mídia só menciona o fato e pronto! O professor é o profissional que forma os outros profissionais. O médico, o advogado, os técnicos, todos passaram pela escola. Aos professores, o país deve seu desenvolvimento, seu progresso, sua riqueza. Como pode o professor lutar por salário digno, se não for através de greve? A greve é a única arma que temos para tentar negociar com o governo. Por isso, defendo e sempre defendi a greve dos professores. Saindo daqui, vou à assembleia dos professores, quero reforçar esse movimento. Sou a favor da escola bem equipada, de horário integral, que tire as crianças da rua lhes dê educação integral, pois as mães precisam trabalhar fora para ajudar no sustento da família e os filhos ficam na rua, ou diante da televisão, do computador, às vezes, aprendendo só coisas erradas e correndo perigo.

O professor não é valorizado em nenhum aspecto. Se o aluno se sai bem na escola, o mérito é dele; se vai mal, a culpa é do professor. Professor, aluno e família devem se unir e não ficarem se acusando mutuamente. Devem trabalhar juntos pelo bem do aluno e da educação.

Prêmios, títulos, homenagens são dados a vários profissionais. E o professor? Todas as profissões e todo trabalho é digno e louvável. E educar é uma tarefa delicada, porque supõe, em princípio, relacionamentos humanos que se envolvem e se entrelaçam.

O professor tem que ser valorizado. Fica aqui o meu apreço pelos professores, que merecem todo o nosso respeito, pois todos nós passamos um dia pelas mãos de um professor. Sem educação não se chega a lugar nenhum. Espero que nosso país consiga alcançar seu pleno desenvolvimento, valorizando os professores.

Boa noite e muito obrigada.

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